sábado, 3 de julho de 2010

Para, começar com chave de ouro vou por o meu favorito na frente dos bois...^^

Chove

A chuva cai.
Os telhados estão molhados,
Os pingos escorrem pelas vidraças.
O céu está branco,
O tempo está novo,
A cidade lavada.
A tarde entardece,
Sem o ciciar das cigarras,
Sem o jubilar dos pássaros,
Sem o sol, sem o céu.
Chove.
A chuva chove molhada,
No teto dos guarda-chuvas.
Chove.
A chuva chove ligeira,
Nos nossos olhos e molha.
O vento venta ventando,
Nos vidros que se enbalançam,
Nas plantas que se desdobram.
Chove nas praias desertas,
Chove no mar que está cinza,
Chove no asfalto negro,
Chove nos corações.
Chove em cada alma,
Em cada refúgio chove;
E quando me olhaste em mim,
Com olhos que me seguiam,
E enquanto a chuva caía
No meu coração chovia
A chuva do teu olhar.

                                                        Ana Cristina Cesar.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

.....................ANA CRISTINA CESAR..................



Assim começa a saga!

Maldita Semente

Nós estamos aqui por acaso.
Vida acidente de percurso.
Mas não é o acaso
Que torna nosso futuro escasso,
Também não é o suor do proletário
Mas sim esse dinheiro que lhe é pago
Pra suprir o fardo deixado
Após anos e anos de trabalho.




Nós nos recusamos a viver pelo nosso emprego,
Nos recusamos a morrer pra enche
Uma piscina a mais de dinheiro;
Afinal um pobre trabalhador não deixa de ter alegria
Só por sua carteira estar vazia.




Então, não seremos mais fudidos
Por urubus fedidos
Nem seremos mais atacados
Pelos velhos porcos fardados




O capitalismo que hoje ta na moda,
Que sustenta toda essa máfia
Já invadiu as escolas,
Já está nas vitrines das lojas.
A TV proclama a moda
E a burguesia vai na onda,
Nada mais lucrativo
Que condensar as massas




Mais um pra janela
Mais um pra ralar
Judas dá as ordens
E os porcos dominam a área



Nós não somos outra leva
Por sermos de outra era
Afinal somos os restos daquela era
Que já era!




Temos essa faminta platéia
Sempre a desejar
Alguém mais que nós mesmos
Pra apedrejar


E pedras não vão faltar daqui pra frente
Vemos freguentemente vir á gente
Um futuro cada vez mais deprimente,
Tanto pra quem planta
Quanto pra quem colhe
Essa maldita semente!



                                                                              Osvaldo de Oliveira