quarta-feira, 9 de junho de 2010

Faz eles rí


Us fio tem que entendê
Que siozinho qué rir
Us minino mesmo sofrendo
Tem que aprendê a si diverti

Num basta o sofrimento
Incultado nessa vida
Num basta as mazelas
Vamus esquece as ferida
Antigamente povoação


Hoje é periferia
Zumbi nunca chorou
Morreu na loca corrida


Us encantados foi embora
Se acabaram no bar e na cerveja
Rei Nagô se lamenta
A morte única certeza


Povo guerrero num ri de tudo
Abandonô terrero e esqueceu
Preto evangélico hoje ora
Pai salva filho teu


Mais do céu num vem melhora
Caboclos se entristeceu
Esqueceram os traços e raízes
De um povo que pru zoto viveu.


Muita coisa mudou na estória
capitão mantinha na corrente
A evolução veio sem demora
Hoje o preto pra polícia é delinqüente.


Ferrez.


Reginaldo Ferreira da Silva: Ferrez é um poeta, contista, escritor de suas musicas, publicou seu primeiro livro Fortaleza da Desilusão, de poemas, mais o livro que o marcou como escritor foi seu romance Capão Pecado que fala do bairro de São Paulo Capão Redondo onde mora o autor.


Ele usa palavras fortes para descrever a realidade da periferia onde mora, pois desde criança não concorda que as pessoas devem viver assim.


Vale apena conferir mais pesquise:


www.ferrez.com.br


www.ferrez.blogspot.com

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